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Cultura do Senado

 RESUMO - Módulo 2

A CIVILIZAÇÃO ROMANA. AS ORIGENS DA ROMA REPUBLICANA

A civilização romana teve origem principalmente na mistura de características de três povos: os Etruscos, os Latinos e os Gregos.

Os Etruscos foram um povo que habitou a zona da Etrúria (Toscânia) atingindo o seu auge entre os séculos VII e V a.C. Foram um povo próspero, chegando a rivalizar com os gregos na hegemonia do Mediterrâneo sustentada pelo comércio.

A organização política deste povo era semelhante à grega — era constituída por cidades-estado — mas neste caso, orientada por um regime monárquico. Contudo esta civilização nunca conseguiu ser unida e estável devido às constantes lutas internas, deixando apesar disso, vários testemunhos da sua presença.

Os Latinos foram outro povo que originou a civilização romana; detinham toda a zona em que Roma primeiramente se desenvolveu. Fundaram essa cidade em 753 a.C. a qual foi depois invadida pelos Etruscos. Esta civilização desenvolveu um dialeto que foi mais tarde usado pelos Romanos, o Latim.

 

-"O SÉCULO DE AUGUSTO"- I a.C./ I d.C.

 

Diz a lenda que Roma foi fundada quando a Grécia vivia já em meados do período arcaico. No entanto, enquanto a história da Grécia é a história de várias cidades-estado, a história de Roma é a de uma só cidade que conquistou para si um vasto império.

Na sua evolução histórica e política, Roma passou da monarquia (no tempo dos Etruscos) à República –no final do século IV a.C. e desta para o Império, no século I a.C.  com Octávio César Augusto.

Tendo conseguido das instituições políticas de Roma, o poder absoluto, Octávio pôde estender a sua ação a todos os aspetos da governação sendo:

-o militar - no qual continuou as conquistas e estabeleceu a Pax Romana (paz armada imposta pela força das armas) a todo o território.

-o político - no qual reformou o aparelho administrativo e reduziu os poderes do senado e das magistraturas; reforçou ainda a sua autoridade com a criação do Conselho Imperial e da Guarda Pretoriana.

-o social - no qual reorganizou a sociedade segundo um sistema censitário (estabeleceu o que cada um pagava de impostos, colocando-o numa hierarquia de diferentes categorias a fim de ocupar cargos políticos, administrativos e militares). Esta medida permitia estabelecer a paz social.

-o cultural - no qual proporcionou o desenvolvimento das artes e das letras, protegeu artistas e sábios e patrocinou importantes e numerosas obras públicas (estradas, fóruns  -como o Fórum Augustum-, bibliotecas públicas, templos…).

- o religioso - no qual vinculou o culto do imperador à religião tradicional. Por isso pôde ser eleito sumo pontífice, interpretar a vontade dos deuses e controlar a ação dos sacerdotes.

Com Octávio, Roma atingiu a sua época de ouro; as medidas que implementou foram continuadas pelos seus sucessores que assim conseguiam manter o império coeso. Para essa coesão, a qual se manteve por cerca de treze séculos, contribuíram também:

--a força do seu sistema jurídico (a Lei),

--a imposição do latim como língua oficial,

--a organização e a disciplina das legiões militares, 

--a cultura romana de caráter eclético – junção das influências dos povos e culturas conquistadas (etruscos, gregos e helenísticos).

-A partir do século II d.C. a decadência começou em Roma tendo esta sido conquistada pelos povos bárbaros em 476.

 

https://www.youtube.com/watch?feature=player_embedded&v=CJBDkHXt75o

https://www.youtube.com/watch?v=L2xIDsrtz1Y

ROMA - O MODELO URBANO no império.

 

O modelo urbano foi um fator de coesão em Roma que, de pequena cidade-estado latina do século VIII a.C. foi evoluindo, conquistando territórios até que  tornou o Mediterrâneo no “Mar Romano”. Roma enriqueceu e impôs o seu poder a todas as terras do império. Os seus governantes adotaram uma política de construção e de urbanização, embelezando-a e glorificando-a com a construção de: vias, praças, aquedutos… edifícios públicos, cúria, basílica, estatuária…

Roma tornou-se também o modelo administrativo e civilizacional tanto para as velhas como para as novas cidades - todas tinham de ter as mesmas instituições e órgãos administrativos que ela.

Os fóruns eram tidos como praças públicas, centros cívicos, administrativos, políticos, religiosos e comerciais; eram ladeados por templos e basílicas, senados e outras construções; tornaram-se o centro cívico em todas as cidades do Império.

 A organização das cidades era determinada por um esquema de  2 eixos importantes – as vias triunfais de cortejos militares – o cardo e o decumano. No cruzamento dessas vias erguia-se o fórum - centro administrativo, político, religioso da cidade. Na periferia  eram construídas as termas, os anfiteatros, os teatros…

Também foi copiado a partir da cidade de Roma, o modelo de vida sociocultural, o que permitia o rápido processo de aculturação das populações das diferentes partes do império- modelo que determinou a Romanização.

 

https://www.youtube.com/watch?v=pHinQD3GAIo

https://www.youtube.com/watch?v=vrIEwjgfbYs

Romanização nas províncias

Este processo foi determinado por vários fatores:

-a adoção do latim como língua oficial, o qual está na origem das várias línguas faladas na Europa.

-o desenvolvimento da urbanização baseado no modelo urbano romano;

-a construção de edifícios públicos e privados segundo os modelos da arquitetura romana;

-a criação de uma rede de infraestruturas viárias, composta por estradas e pontes, para ligação entre os principais centros urbanos;

-a adoção dos costumes romanos – uso das termas, jogos,  teatro,  vestuário e alimentação.

-a adoção da tipologia da casa privada romana (domus);

-a implementação do direito romano que organizava a vida quotidiana dos povos conquistados;

https://pt.slideshare.net/carlosvieira/cultura-do-senado-arte-romana-em-portugal?qid=0a67ad74-541c-4091-98df-5e7d923e33ff&v=&b=&from_search=57

O ROMANO OCTÁVIO- os poderes de Octávio (63aC-14dC)

 

Ainda durante o tempo da República, Octávio conseguiu chegar ao poder por delegação do povo romano que lhe deu autoridade absoluta de caráter quase divino. Foi com diplomacia que afastou os inimigos e reduziu o poder do Senado aumentando o seu próprio poder estruturado na criação de um Conselho Imperial e da Guarda Pretoriana. Ao mesmo tempo conquistou também o direito de nomear sucessor.

-o caráter de Octávio –

Este imperador (o primeiro) trabalhava com eficácia e competência; era prudente e hábil diplomata;

tornou-se a primeira figura de Estado acumulando em si sobretudo três poderes:

1. o militar – Imperium proconsular – imperador, comando do exército

2. o tribunício – detinha todos os poderes civis; reunia o Senado e presidia-o; direito de veto nas decisões das leis; controlava o Senado e a administração pública.

3. o religioso – Augustus= Pontifex maximus

 

 Os poderes que Octávio exerceu assentam em:

-comando militar – fator que permitiu ao imperador; pacificar as províncias impondo ordem e disciplina – a Pax Romana (paz armada).

- poder tribunício – ou poder civil que lhe permitia o controle das leis, das finanças e dos tribunais.

- poder religioso – que estabelecia por um lado o culto imperial (porque o imperador era considerado ter origem divina), e por outro lado permitia o controlo do poder dos sacerdotes.

- poder político – que permitia a diminuição do poder do Senado e das magistraturas e a introdução de reformas . Este poder era estruturado pela instituição do Conselho Imperial e da Guarda Pretoriana do imperador.

- poder social – através do qual conseguiu a paz social com base na igualdade perante a lei. Estabeleceu uma hierarquia em que o cidadão era eleito para cargos políticos consoante o valor do imposto que pagava ao estado, de acordo com a riqueza que possuía. Os cidadãos romanos eram assim distribuídos numa hierarquia ascendente:

- a plebe (quem ganhava até 400 mil sestércios anuais),

-classe equestre (quem ganhava acima de 400 mil sestércios),

-classe senatorial (quem ganhava acima de 1 milhão de sestércios=750 mil euros)

No plano cultural - a ação de Octávio foi também exercida através da proteção de sábios, literatos e artistas, os quais sustentava através de subsídios - foi assim criado o mecenato. Também patrocinou a construção de obras públicas – Fórum de Augusto – templos, mausoléu, bibliotecas, Arco de Triunfo, teatro.

- no plano religioso - restabeleceu a religião tradicional ligando-a ao culto do Imperador. Foi eleito Sumo Pontíficie – exercendo fiscalização sobre os sacerdotes – interpretava também a vontade dos deuses.

A religião romana era politeísta. Consistia na prática de cultos públicos e privados. Os cultos privados estavam ligados ao culto dos mortos e eram presididos pelo “pater famílias”.

Havia um sentido pragmático na religião em Roma - não se aceitava facilmente a vontade dos deuses; tentava-se interferir nos acontecimentos.

Durante o I século o cristianismo foi uma religião primeiro perseguida mas depois generalizou-se progressivamente, tendo sido declarada religião oficial em 312, no oriente, pelo imperador Constantino.

 

Em conclusão: foi através dos poderes que detinha e das ações que tomou que Octávio conseguiu durante a sua vida:

-aumentar fronteiras e impor a Pax Romana;

-reformar a administração pública: finanças, justiça, cultura e leis;

-criar o Censo através do qual definiu classes hierárquica: 1.senatorial ( leis e administração); 2.equestre  (militar e administração); 3.plebe (artesãos, comerciantes, artistas…); 4.escravos (serviçais sem direitos).

-restabelecer religião tradicional ligando-a ao Culto do Imperador;

-restaurar e construir muitos edifícios e obras de engenharia: arquitetura e urbanismo

-apoiar a arte e a cultura.

Foi pelo papel desempenhado na sua época que hoje, o seu tempo de vida é conhecido como o Século de Augusto.

 

-O INCÊNDIO DE ROMA (ANO 64) POR NERO-

No mês de Julho do ano 64 deflagrou um monstruoso incêndio na cidade de Roma  que durou mais de 7 dias. Devastou palácios imperiais, templos basílicas, zonas residenciais ricas e pobres. As perdas humanas foram incalculáveis, especialmente nos bairros pobres, devido às ruas estreitas e tortuosas e às casas de madeira, e às casas muito altas que impossibilitavam o combate ao incêndio.

A História não nos deixou a verdade sobre a sua origem, mas alguns escritores da época, relatam que “desconhecidos ateavam fogo…e que estavam autorizados para isso… e que Nero procurava glória na fundação de uma cidade nova.”

Nesta data Nero governava em Roma, numa altura em que a população já não estava muito contente com as suas excentricidades. Após o incêndio, apesar de ter ajudado os que ficaram sem nada, a população revoltou-se contra o imperador. Para acalmar os populares Nero culpabilizou os cristãos pelo incêndio e a partir dessa altura foram monstruosamente perseguidos e martirizados durante alguns séculos.

Após ter apaziguado deste modo a situação, Nero mandou reconstruir Roma, segundo planos urbanísticos modernos e sumptuosos, de que o seu palácio “Domus Àurea” (Casa Dourada) foi um faustoso exemplo.

https://www.youtube.com/watch?v=U4zVNmQWZjg

https://www.youtube.com/watch?v=5b1xKrVEM0c

O SENADO: os Senadores e o “Cursus Honorum”-

O senado – como fator de coesão do império.

Nas primeiras monarquias o senado era uma assembleia política de senes, ou seja de anciãos conselheiros. Tornou-se  mais tarde o centro da vida política durante a República fazendo a gestão das várias áreas do estado: administração, finanças, militar,  legislação.

Os senadores eram grandes latifundiários; exerciam a sua magistratura na Cúria romana (assembleia de magistrados) usando a arte de bem falar (ou argumentar) para a persuasão na aprovação de leis, arte  que aprenderam com os sofistas gregos, mas que no princípio do Império foi  ultrapassada pela Retórica de Cícero, homem ilustre, notável tanto na oratória como na filosofia e na política.

No período do Império, o número de senadores foi reduzido de novecentos para trezentos, e as suas funções passaram a ter apenas caráter legislativo e deliberativo na administração local na cidade de Roma, na Itália, e nas províncias pacificadas. Quanto ao exercício de administração central, as funções do Senado passaram apenas a ser apenas consultivas.

O Senado era o maior e o único órgão permanente da estrutura política do povo romano, desde a monarquia até ao fim do império.  O cargo de senador era o topo do “Cursus Honorum” (Carreira das Honras) - o conjunto de cargos públicos do estado à qual se tinha acesso condicionado: pela idade, pelas qualidades, pelas capacidades económicas. Definia-se pelo seguinte quadro:

-Cônsul; procônsul; pretor, censor, edis, questor, tribuno da plebe (à última só acessível aos homens livres).

O senado detinha as funções máximas da governação de Roma:

--as ordinárias- política externa, decisão sobre a paz e a guerra, administração das finanças…;

 --as extraordinárias- suspensão de tribunais, intervenção no governo das províncias, na gestão do exército….

 

- A LEI - da República ao Império-

A Lei – como fator de coesão do império.

A Lei Romana era o conjunto de normas de direito aplicadas à vida do quotidiano em todo o mundo romano. Tinha um caráter racional e pragmático: ela era elaborada a partir da análise de situações da vida quotidiana e era de tão grande eficácia na complexidade das situações que abrangia, que se tornou um legado para a posteridade.

No início as leis não eram escritas resultando daí a desigualdade na sua aplicação. Foi só no tempo da República que foi redigida a Lei Romana a partir da recolha e compilação de várias fontes, dando origem à Lei das Doze Tábuas (cerca de 450AC) referência para as leis posteriores: leis do Senado e mais tarde as leis promulgadas pelos Imperadores. A Lei sustentava assim o Direito Romano imposto em todas as províncias, possibilitando uniformizar procedimentos da justiça e dos tribunais no império.

 

A LÍNGUA LATINA: a construção do latim; o Latim de Cícero; 2- o Latim do limes.

 

- A língua como fator de coesão-

O latim, língua de origem indo-europeia falada pelos romanos sofreu influência de vários falares: etrusco, gaulês, cartaginês e grego.

Os primeiros documentos escritos em latim são do início do século V a.C. A língua escrita foi-se aperfeiçoando durante a República atingindo o ponto mais alto da sua depuração no século I a.C., no tempo de Cícero.

A partir do século I d.C., as elites refinaram a língua originando o latim erudito, mas ao mesmo tempo o povo ia contaminando a mesma língua com falares das zonas periféricas, e o latim foi-se adulterando dando lugar ao “latim do limes” (latim do povo). No século III o latim escrito separou-se do latim falado, e esse facto deu origem às línguas faladas – as línguas novilatinas dos romances (falares) medievais.

 

O ÓCIO: os tempos do Lúdico; jogos de circo; a preocupação com as artes.

Nos primeiros séculos do Império Romano, a inexistência de guerras e conflitos e o próspero desenvolvimento económico permitiram a paz social aparente e um relativo bem-estar para o patriciado.

O século I d.C. foi o “século do pão e do circo” numa situação em que a satisfação dos romanos desocupados passava apenas pela existência de alimento e espetáculos no circo.

Roma vivia então uma estabilidade que perdurou durante o período imperial. As gerações que se seguiram a Augusto continuaram o seu trabalho: o da consolidação do império, a perpetuação do orgulho imperial através do enriquecimento da capital com monumentos e edifícios que glorificassem o poder do imperador.

Esta estabilidade ficou assim marcada na arte através da construção de vários edifícios emblemáticos:

-o Coliseu, com uma capacidade de 50 000 pessoas e que caracteriza sinteticamente a megalomania na arquitetura romana,

-os Arcos do Triunfo - estruturas utilizadas no período republicano para uma edificação sólida e monumental - no Império simbolizavam as vitórias do Imperador face aos inimigos (função comemorativa).

A prosperidade de Roma durante o Império possibilitou o ócio. A elite copiava o gosto dos gregos, os seus hábitos, cultura e conhecimentos, o interesse pela filosofia e artes. Esta elite preferiu o luxo das residências, os banquetes; o refúgio nas “villas” cheias de conforto e prazeres culturais. A plebe nas cidades apreciava os divertimentos públicos:

--os jogos que serviam de escape ao descontentamento crescente pela falta de condições de vida.

--as corridas de cavalos – faziam parte das Grandes Procissões (festividades sagradas) que em Roma deram origem ao teatro.

--as lutas de gladiadores que por vezes incluíam feras – sendo os mais fracos oferecidos aos deuses em sacrifício.

 

A ideia do ócio foi uma herança dos gregos.

Em Roma durante a República, o “ócio era com dignidade” segundo defendia Cícero - sem esquecer a moral e os bons costumes; depois , como hoje, o ócio passou a corresponder à ocupação dos tempos livres. 

A paz e a prosperidade económica conseguidas pelas conquistas propiciaram a vinda de muitos estrangeiros para Roma que traziam outros hábitos depois absorvidos pelos Romanos ricos. Estes adotaram então um novo estilo de vida, de ostentação do luxo, e de moda exótica (roupas e penteados), festas e os banquetes acompanhados de música, dança e recitação…Entre as classes mais cultas afastadas dos ambientes citadinos, reinava o gosto pela leitura, pela filosofia, música e outras artes, acrescido do prazer pelo colecionismo.

Durante o Império popularizaram-se ainda muitos divertimentos públicos que ocupavam também os romanos :

--jogos - principalmente as corridas de cavalos no Circo Máximo.

--representações teatrais –as farsas - género preferido pelos romanos e que surgiu por influências da comédia grega.

--combates nos anfiteatros- inicialmente entre feras, mas depois introduzindo homens – os gladiadores, normalmente prisioneiros de guerra feitos escravos. Estes combates tornaram-se cada vez mais cruéis e sanguinários ,aspeto que cativava de sobremaneira a plebe inculta, desempregada e descontente.

Os anfiteatros , os teatros, as termas e os estádios/hipódromos são exemplos construtivos de tipologias arquitetónicas ligadas aos tempos livres.

https://www.youtube.com/watch?v=Fe5gu3DEsIs

Tipologias arquitetónicas na antiguidade romana:

-anfiteatros constituídos por vários andares, com planta circular ou elíptica, sem cobertura, com galerias sob as bancadas e a arena;

-estádios/hipódromos que se desenvolviam  em torno de pistas fechadas onde tinham lugar as apreciadas corridas de quadrigas;

-teatros, baseados no modelo grego;

-termas, contendo piscinas de água fria e quente, saunas, ginásio (e mesmo outros espaços funcionais como: bibliotecas, salas de reuniões, estádios, hipódromos, teatros e lojas).

https://pt.slideshare.net/abaj/a-cultura-do-senado-10986351?qid=4c591f43-b8f3-4b7b-95ea-da4eb8a216ba&v=&b=&from_search=8

https://pt.slideshare.net/carlosvieira/cultura-do-senado-augusto-e-senado?qid=494e7be4-9551-4b77-a7b6-2adf5685fca1&v=&b=&from_search=3

-ARTE ROMANA-

Foi caracterizada pela coexistência de características de raízes diversas, o que proporcionou um programa artístico diversificado a vários níveis. Entre essas raízes esteve a arte etrusca que se evidenciou principalmente em obras de cariz fúnebre.

A religião praticada pelos etruscos baseava-se no culto a deuses helénicos e toscanos, e revelava-se principalmente nos cultos funerários em que se realizavam libações e sacrifícios.

Esta religião  veio a refletir-se na arte, principalmente sob a forma de obras arquitetónicas como os “túmulos-habitação”, ou seja, câmaras para o defunto usufruir e “habitar” após a morte. Eram edificadas na própria rocha escavada ou então construídas de raiz; no final eram cobertas por terra. Os defuntos eram representados em cenas do quotidiano ou cerimónias rituais.

Estes edifícios funerários apresentavam-se como “habitações para a vida após a morte”, sendo compostos por elementos de arquitetura (colunas e capitéis), o que gerava um ambiente mais real e vivo.

 Na escultura os Etruscos dominaram a técnica do bronze evidenciado nas obras de alta qualidade artística como é o caso de    “A Loba do Capitólio”.

A herança etrusca também revela-se na grande capacidade construtiva, nas realizações de engenharia complexa e na facilidade de adoção e absorção de outras culturas.

Na arte romana, as influências do povo grego foram trazidas através de relações comerciais que  permitiram o contacto com a cultura helenística absorvida depois pela arte.

Esta herança artística romana destaca-se sobretudo pelo culto do pragmatismo, o sentido histórico da monumentalidade (as construções tornaram-se marcos arquitetónicos...), o gosto pelo poder e pela opulência e o espírito dominador.

_A arquitectura romana: o belo e o útil – o tratado de Arquitetura de Vitrúvio

A frequentes  guerras e rivalidades no seio do poder romano, seguiu-se um período de otimismo e estabilidade — a Pax Romana  - que permitiu o aparecimento de obras literárias e de tratados como o tratado De Architectura, 1ª obra teórica de arquitetura redigida por Vitrúvio.

O sucesso da Civilização Romana permitiu o aparecimento de grandes obras públicas neste período, que enriqueceram não só a capital do Estado como também os territórios a ela subjacentes.

Estas construções serviram sobretudo de suporte à luxuosa vida social desfrutada nas cidades, conseguida pelas conquistas militares e sujeição dos povos conquistados que eram feitos escravos.

 De um modo geral, a arquitetura romana fundamentava-se em quatro condições essenciais, ditadas no tratado de Vitrúvio (século I a.C.) :

1-a resistência, solidez —,firmitas      2-a funcionalidade a utilidade,  — utilitas

3-a beleza, euritmia — venustas      4-a dignidade- o decoro,  decorum 

 

1-a resistência— era um valor importante para os romanos; para eles as obras tinham de ser austeras, sólidas e evidenciar a força do império — característica absorvida da arte helenística.

2-a funcionalidade — trouxe grande avanço na arquitetura romana pelo valor dado ao espaço interior e à utilidade do edifício.

3-a beleza - instrumento de comunicação eficiente. Refere-se ao o cuidado dado à aparência para que se distinga da “barbárie”.

4-a dignidade-  necessidade em respeitar as ordens arquitetónicas estabelecidas pela tradição e a coerência formal dos edifícios.

 

Os romanos destacaram-se também por introduzirem nas suas obras:   

- novas tecnologias, técnicas e materiais de construção. Uma das maiores inovações foi a argamassa – uma pasta introduzida numa cofragem — opus caementicium — ou no revestimento  de paredes — opus incertum.

-Outra inovação – a utilização do arco de volta perfeita — arco romano — que é a base da abóbada de berço.

- Também se destacaram pela construção de edifícios maiores e mais arrojados, devido à sua resistência.

- Outra característica importante patente nos edifícios romanos é a inclusão de uma estrutura que os eleve acima do solo e de outros edifícios — o podium - simbólica do poder imperial.

-Sobressai ainda o gosto pela decoração exagerada - uso predominante da ordem coríntia –a mais decorativa; a associação das ordens dórica e jónica, às quais acrescentaram duas novas ordens: a toscana e a compósita.

 

_O tratado de Vitrúvio

Este tratado é do séc. I a.C., Augusto e teve relevância por conseguir estabelecer as regras de boa edificação — solidez, utilidade, beleza e dignidade —, ao mesmo tempo que definia um conjunto de normas técnicas e estéticas que deveriam existir na arquitetura romana.

Anteriormente também o classicismo grego conseguira fazer da arquitetura uma disciplina que contribuiu para a construção racional do espaço. Este tratado de Vitrúvio baseava-se na arquitetura grega - e assim deve ser entendido como uma produção greco-romana.

Se considerarmos as inovações arquitetónicas dos romanos elas assentam sobretudo na importância dada à finalidade e função do edifício o que condicionava a estrutura e organização interior do edifício.

Os romanos também se preocupavam com as grandes dimensões do espaço interior – só possível com a introdução de novas estruturas construtivas: o arco de volta perfeita, a abóbada de berço e as paredes articuláveis. Os interiores apresentavam-se assim como espaços confortáveis, grandiosos, e magnificamente decorados.

Destacam-se ainda outras características na arquitetura romana: a monumentalidade salientada  pela introdução do podium – base em escadaria em que assentava todo o edifício - e ainda a existência  da simetria na composição dos alçados – estes aspetos  possibilitavam o equilíbrio e dignidade nos edifícios, relativamente ao espaço urbano em que se inseriam.

As tipologias arquitetónicas são de grande variedade pois são determinadas pelo uso público das construções romanas; assim temos por exemplo, os templos, as termas,  circos, anfiteatros, teatros, fóruns, basílicas...

https://pt.slideshare.net/carlosvieira/cultura-do-senado-arquitectura-origens-e-materiais?qid=494e7be4-9551-4b77-a7b6-2adf5685fca1&v=&b=&from_search=6

https://pt.slideshare.net/abaj/arquitetura-romana-i?qid=4c591f43-b8f3-4b7b-95ea-da4eb8a216ba&v=&b=&from_search=37

https://pt.slideshare.net/carlosvieira/cultura-do-senado-arquitectura-romana?qid=0a67ad74-541c-4091-98df-5e7d923e33ff&v=&b=&from_search=56

O FÓRUM - Roma e o urbanismo imperial

 

 Era uma grande praça construída no centro da cidade e que reunia funções mercantis, políticas e religiosas basicamente foi promovida no tempo do imperador Augusto, a partir de 27 a.C., época de magníficas construções em Roma. Reprimindo o poder republicano, este imperador impôs durante a sua vida um regime que possibilitou o início da enorme expansão territorial, acompanhada por construção de grandes obras - o seu principal propósito era o de tornar visível e sólido o seu poder imperial.

Augusto (Octávio) deu a Roma a grandiosidade, a monumentalidade e o prestígio devido à capital do império. A cidade foi dividida em zonas e bairros para facilitar a circulação, a administração, o combate aos incêndios…

Para o traçado da cidade foram aplicadas medidas reguladoras, depois comuns a todas as cidades: os eixos norte-sul e nascente-poente, a malha ortogonal de ruas...Nas novas cidades começava-se pelo traçado das vias principais (cardo e decumano) em rede ortogonal. No cruzamento do cardo com o decúmano ficava o fórum, centro orgânico, cívico, político, económico e religioso, ladeado de templos, basílicas, cúria…-Seguiam-se ruas paralelas e perpendiculares, por onde eram distribuídas as outras construções, como teatros, termas, domus…

A partir da época de Augusto, Roma foi acumulando fóruns, numa cidade sempre em crescimento onde todos os imperadores queriam deixar construções com o seu nome.

Outras cidades seguiram o modelo de Roma florescendo a partir de pequenos aglomerados e  acampamentos militares. O urbanismo tornava-se assim a face do Império – ele dava resposta a várias necessidades: as políticas (passagem de cortejos triunfais) ; as  militares (movimentação de tropas), as económicas (abastecimento da cidade).

Os principais edifícios destinados ao ócio dos romanos como termas e anfiteatros localizavam-se na periferia da cidade de Roma.

Augusto teve um grande impacto na direção da civilização romana: diz-se que à chegada encontrou uma cidade de tijolo, quando partiu, deixou uma Roma de mármore.

Algumas obras emblemáticas do seu programa propagandístico e monumental são o Ara Pacis — o Altar da Paz — e o fórum.

https://pt.slideshare.net/carlosvieira/cultura-do-senado-urbanismo?qid=0a67ad74-541c-4091-98df-5e7d923e33ff&v=&b=&from_search=55

_Ara Pacis — o Altar da Paz

Foi o monumento mais importante erguido por Augusto . Tornou-se emblema da pax romana – que caracteriza a época imperial que  Augusto iniciou. Este altar segue o modelo helenístico do Altar de Zeus e Atena, em Pérgamo. Nasceu  da necessidade de edificar uma obra que celebrasse o estado e a prosperidade do império. Sendo um  volume paralelepipédico, apresenta uma decoração distribuída em dois níveis — o interior, uma decoração com motivos vegetais; o exterior, um alto relevo de uma procissão protocolar do império, com Augusto como protagonista — e um altar no centro do seu interior.

Outro importante fórum foi o construído por Trajano:

_Urbi et Orbi (=“à cidade de Roma e ao Mundo”)

No ano 98 com o imperador Trajano, Roma atingiu o seu auge territorial dominando quase toda a Europa, uma grande extensão no norte de África, e uma importante zona no Médio Oriente.

Dominando o mundo, este imperador desenvolveu obras no campo da arquitetura e urbanismo que marcaram a capital do império, entre as quais o Fórum de Trajano de cerca do ano 110 d.C.

Outro imperador que se destacou pelas obras que promoveu no império foi Adriano, filho adotivo de Trajano, sendo um dos imperadores que mais impulsionou as artes. Era culto, intelectual e de bom gosto, dirigiu um governo pacífico marcando o apogeu da criação artística. Mandou erguer o Panteão (templo de todos os deuses), o edifício mais inovador de Roma.

Também mandou edificar a Villa Adriana, em Tivoli -revela o seu amor pelas artes. Esta villa foi  concebida como uma cidade-palácio formada por jardins exuberantes, espaços exóticos...

_O simbolismo do Panteão

Este templo representa a utopia de Adriano: a construção de um edifício em que “coubesse todo o mundo”; assim, o traçado geométrico parece remeter para a imagem do universo e para o movimento celestial.

Formalmente inspira-se sobretudo no quadrado e no círculo; na esfera e no cubo - a ordem do universo remete para a figura esférica - os antigos defendiam que a esfera era a representação da inteligência divina.

Suportado pela simbologia dos números e pela geometria pitagórica, o edifício inscreve-se num cubo que contém uma esfera;

De um modo sintético o Panteão apresenta:     

-uma cúpula de grandes dimensões; com cella única circular; óculo no topo da cúpula;

-um  pórtico colunado; encimado por um frontão triangular na fachada;      

-o traçado geométrico é simbólico;    

-a altura da cella igual é  ao seu diâmetro - o espaço interior inscreve-se numa esfera.

 

_O Baixo Império - O mundo romanizado

O  século III é caracterizado pelo início de uma gradual decadência do império e pelo desaparecimento do mundo clássico. Este processo desenvolve-se entre o século III – onde se estabelece a anarquia militar, e o  século IV  durante o governo de Constantino.

A dinastia dos Severos no século III deixou contruídas as Termas de Caracala, em Roma. Esta construção é um sinal de mudança de hábitos: os banhos públicos são introduzidos como componente social, substituindo por vezes, o fórum.

Nesta época o retrato voltou a ganhar importância e a recuperar o carácter fisionómico imperial; a Estátua Equestre de Marco Aurélio é um bom exemplo desta reforma escultórica.

 

_A dissolução do Classicismo

Nos últimos dois séculos da sua existência, o império romano enfrentou uma crise generalizada que se refletiu no declínio da produção artística. A partir do século III, a pressão dos povos bárbaros, o crescente protagonismo do exército na sucessão imperial provocaram uma crise política-social que paralisou o desenvolvimento artístico. A crise material e política afetou toda a população, e a migração para os campos provocou o retrocesso civilizacional.

O sentimento de desamparo  pela crescente falta de defesa do povo e dos seus bens fez com que  novas religiões fossem ganhando maior aceitação. Foi o caso do Cristianismo que se popularizou  por causa da sua mensagem de carácter universal.

Foi por esta altura que a fragilidade do poder político de Roma chegou a um ponto que  tornou necessária a divisão do império em quatro poderes dirigentes — uma tetrarquia —a qual acabou por não resolver os problemas que se avolumavam.

Foi uma época que marcou uma vertiginosa mudança estilística na arte: apareceramm traços orientais e fórmulas mais arcaicas de representação do poder: a dos reis-sacerdotes mesopotâmicos, revelados  na volumetria sólida e na força do bloco em que estava esculpida a obra.

https://pt.slideshare.net/carlosvieira/cultura-do-senado-arte-baixo-imprio?qid=494e7be4-9551-4b77-a7b6-2adf5685fca1&v=&b=&from_search=9

_O império de Constantino: o renascimento da arte romana

-Em 313 d.C., o Édito de Milão do Imperador Constantino reconheceu o Cristianismo como religião oficial do império a qual deu origem a um novo sistema artístico — a arte cristã —que adotou muitas características da arte romana. Obras de reconhecida importância foram: o Arco de Constantino, a Basílica de Roma e a Cabeça Colossal de Constantino que refletem o espírito de transição destes tempos.

A basílica, edifício romano com funções cívicas, foi originalmente restruturado na tentativa de cobrir espaços maiores com coberturas abobadadas de pedra. Foi esta tipologia que inspirou a  construção do local de culto da igreja cristã.

 

-A ARQUITETURA RELIGIOSA-

Esta tipologia estava presente em todas as cidades no império, pois eram dedicadas aos deuses e aos imperadores. Nas construções religiosas destacam-se:

--o templo- com influências etruscas e gregas:

-apresenta planta retangular com uma ou duas celas;

-construído sobre um pódio; apresenta um único acesso frontal;

-era falsamente períptero -  tendo colunas laterais adossadas às paredes exteriores;

-as colunas e o entablamento tinham só função decorativa.

Como exemplo relevante salienta-se o Templo de Fortuna Virilis – da época da República-;    o Panteão – do Alto Império-

--a ara ou altar- pequena construção com uma mesa para os sacrifícios: destaque para a  Ara Pacis – século I d.C.

--o santuário- ampla construção em anfiteatro, com templos, alojamentos para sacerdotes e crentes, lojas e outros equipamentos. Destaca-se o Santuário de Fortuna Primigénita – século I AC, Roma.

 

-O Templo-

A planta deste edifício, segue a forma do templo grego: apresenta planta retangular, mas agora sobre um pódio, com uma escadaria alta que conduz a um pórtico e à cella.

Os elementos de sustentação do templo são colunas geralmente da ordem compósita que sustentam só o pórtico porque as que estão embebidas no corpo do templo têm função decorativa;

A decoração surge nos capitéis das colunas e no frontão; são relevos com temas religiosos.

-ARQUITETURA PÚBLICA-

-Pelo seu sentido monumental e comemorativo, as construções públicas são a prova do caráter da arquitetura romana: sobretudo a utilidade e a grandiosidade.

No período republicano construíram-se estradas pontes, e aquedutos como o de Gard em  Nîmes.

Do período imperial, salienta-se a basílica, de planta retangular, dividida em 3 ou 5 naves cobertas por abóbadas de arestas e de berço, e semicúpulas sobre as absides.

- As fachadas combinam o pórtico grego com as arcadas.

- tinham múltiplas funções como: tribunal, cúria, faziam parte de termas, mercados e palácios.

A partir do século IV os bispos cristãos adotaram as basílicas como modelo para as primeiras igrejas. Um exemplo desta tipologia é a  Basílica de Maxêncio, Roma, século IV.

 

_ARQUITETURA CIVIL_

A arquitetura romana tem carácter pragmático na medida em que  serve as necessidades da vida urbana; manifesta-se na ênfase dada às grandes obras públicas destinadas ao lazer: termas, anfiteatros, teatros;  e às atividades políticas desenvolvidas nas basílicas;

A inovação estrutural trouxe a utilização do arco e de coberturas em abóbadas e cúpulas para permitir coberturas de grandes espaços interiores.

Também a utilização de elementos das ordens arquitetónicas como elementos decorativos e a criação e emprego de  materiais que serviam de argamassa nas construções, caracterizam e diferenciam a arquitetura de lazer na qual encontramos:

--os teatros-

São semelhantes aos gregos mas, sustentam-se sobre si mesmos, devido a um sistema de abóbadas radiais e concêntricas que suportavam as bancadas; estas elevavam-se à altura da cena e fechavam o recinto.

A decoração exterior era igual à das basílicas, veja-se o Teatro de Marcelo, Roma, século I d.C.

Os materiais construtivos usados são: a pedra, o tijolo e o cimento, revestidos a mármores decorativos.

A construção é suportada por sistemas construtivos que usam arcos e abóbadas como elementos de sustentação e cobertura, permitindo que o edifício se sustente a si mesmo.

A planta e as formas seguem as dos teatros gregos, com alterações na orquestra semicircular e no facto da cávea se unir à cena. Assim apresentam:

1. Orquestra;    2. Cávea;    3. Cena;    4. Entradas

-A decoração exterior segue o modelo da dos anfiteatros com ordens sobrepostas e filas horizontais de aberturas em arco.

--os anfiteatros-

Eram construções onde se realizavam os jogos circenses, daí a sua popularidade; eram semelhantes aos teatros na técnica construtiva, mas divergiam na planta, que era circular ou elítica. Sob a arena havia muitas dependências. O melhor exemplo é o Anfiteatro de Flávio ou Coliseu de Roma do  século I.

https://www.youtube.com/watch?v=n-_u_IV7njM

--os estádios-hipódromos-

Eram constituídos por uma arena retangular que  tinha duas pistas e divisória central, como surge no Circo Máximo em Roma.

https://www.youtube.com/watch?v=tgIxSS_UJZQ

--As termas ou balneários públicos-

Eram verdadeiros complexos arquitetónicos, de grande escala e planta simétrica. Continham piscinas interiores de água quente, tépida, fria; e outras ao ar livre; ginásios, estádios, bibliotecas, salas de reuniões no meio de amplos espaços verdes

As dependências internas eram ricamente decoradas com mosaicos, estuques e estatuária, cobertas por abóbadas e cúpulas. Temos como exemplo relevante as Termas de Caracala, Roma, século III.

Funções das termas:

-funções sociais – centros de encontro e de convívio frequentados por ambos os sexos;

-funções higiénicas – salienta-se a importância dos banhos públicos: frigidário – piscinas de água fria; tepidário -piscinas de água tépida; caldário – piscinas de água quente;

-funções desportivas/exercícios físicos – estádios, ginásios;

-funções lúdicas – lojas, livrarias, teatros, salas de jogos, salas de reunião;

-funções terapêuticas – águas com propriedades medicinais, óleos, massagens, saunas.

 

- o Arco de Triunfo-

Era uma construção  comemorativa erigida para celebrar grandes vitórias militares de generais e de imperadores; é uma arquitetura que se tornou um testemunho histórico e uma forma de propaganda da grandeza e do poder do imperador e de Roma;

Os arcos apresentavam estruturas arquitetónicas compostas por um ou três arcos ou vãos (fórnices); a sua decoração era composta por com frisos em baixos e altos-relevos e estátuas honoríficas ou alegóricas; eram também utilizadas as colunas de ordem coríntia; Na parte superior - o ático, que se sobrepunha à cornija, era um suporte para inscrições evocativas e laudatórias ou para grupos escultóricos, de carácter apoteótico;

 Os arcos de triunfo tinham localização estratégica nas entradas ou saídas dos fóruns, às portas das cidades, a meio das vias importantes ou locais onde se pretendia celebrar  acontecimentos históricos; Utilizava-se neles, a pedra ou o mármore como materiais de construção.

 

- ARQUITETURA PRIVADA-

A domus ou casa de família- era uma construção baixa, de um só piso, fechada para o exterior e aberta para o espaço interior. Desenvolvia-se em torno de 1 ou 2 pátios interiores- o átrio e o peristilo-.

A decoração interior fazia-se com revestimentos de mármores, mosaicos e frescos nas paredes e no chão.

Os palácios imperiais eram domus muito maiores e mais luxuosos.

As villae eram construções particulares edificadas fora das cidades e rodeadas por grandes e belas áreas ajardinadas.

Os imperadores possuíam as mais belas e grandiosas, como é o caso da Villa de Adriano, construída nos arredores de  Roma no século I.

https://www.youtube.com/watch?v=WhvoJWrZKQ8

As insulae eram prédios urbanos de rendimento que alojavam famílias pobres.

Tinham entre 4 a 7 andares, sendo o r/c para atividades comerciais. Estas construções  eram organizados à volta de um pátio central. Eram constituídos por pequenos apartamentos- os cenácula; e feitas de tijolo, madeira e taipa; não havia sistema de água nem esgotos. O pé direito era baixo e os acessos estreitos, em ruas e quarteirões que se tornavam assim propícios a grandes catástrofes como foi o caso do incêndio de Roma, no ano 64.

https://pt.slideshare.net/abaj/arquitetura-romana-ii?qid=4c591f43-b8f3-4b7b-95ea-da4eb8a216ba&v=&b=&from_search=26

_A ESCULTURA: O JUS IMAGINUM

Roma importou da Grécia o estilo helenístico; a sua admiração por esta cultura resultou no transporte maciço de obras gregas para Roma e consequente exercício de cópias dessas mesmas obras.

Este gosto pela arte grega e a importância dada à decoração de cidades promoveu o surgimento de grandes estátuas em lugares públicos para a glorificação de chefes políticos e militares importantes,uma das mais marcantes características da cultura romana.

Escultura do período da República:

A  tradição etrusca de criar máscaras de cera a partir do rosto dos mortos ligada ao orgulho da origem social patrícia - costume de venerar antepassados - levou à reprodução fiel do rosto de um chefe de família em cera aquando a sua morte. Esta tradição – aplicava-se apenas a importantes indivíduos - os patrícios. É uma escultura caracterizada pelo realismo  que reproduz de forma exata as características fisionómicas e psicológicas do indivíduo retratado;

Por influência etrusca desenvolveu-se em Roma, o gosto da produção do retrato, expressão artística totalmente alheia à grega, que se restringia a representar o corpo humano ideal, divergindo assim do realismo romano.

Assim na escultura romana, o resultado a nível artístico foi a sobreposição de traços do retrato fisionómico helenístico, com a tradição do culto dos antepassados romanos — o jus imaginum.

De um modo geral, para os romanos o que se tornava mais importante na representação, não era a beleza idealizada, mas a representação realista extrema e o naturalismo nas representações escultóricas. É por isso que nos retratos em cabeça, bustos e figuras de corpo inteiro são evidenciados o caráter do retratado, mesmo os “defeitos” e as marcas do tempo.

A escultura romana também realça uma característica particular em algumas obras: a de querer representar o poder no sentido de glorificar o retratado. Isso está patente sobretudo nos retratos do imperador, nomeadamente o de Augusto.

-O retrato Imperial-

O Senado e o povo romanos cumularam de poderes Augusto, designando-o de - Augusto - primeira figura do Estado, o imperador, «augustus» e «pontifex maximus»;

A divulgação da imagem do imperador como figura divina representado com grande idealismo, deveu-se à necessidade de legitimar a concentração dos poderes que lhe foram atribuídos. Pretendia-se destacar o poder da personagem que devia ser admirada e respeitada, exemplo patente na obra Augusto de Prima Porta.

Assim, ao realismo do tempo da república, seguiu-se a idealização de inspiração clássica, numa tentativa de:

- idealização da imagem do imperador – pretendia-se perpetuar a figura do Homem/Deus.

-espalhar por todo o Império estátuas-retrato do imperador para transmitir simbolicamente os poderes que ele personificava: chefe e deus do povo romano e símbolo da Pax Romana.

Foi a partir do governo de Octávio que se tornaram vulgares os retratos-estátuas dos imperadores, cuja representação era mais idealizada e classicizante ( na linha do Doríforo), apenas com alterações no olhar e nos gestos.

Assim, com funções políticas e propagandísticas estabeleceu-se uma intensa produção artística ao serviço do culto do imperador que se espalhou por todo o mundo romano. Esses retratos surgiam em vários tipos salientando-se o novo tipo - a estátua equestre – como a de Marco Aurélio, século II.

Com a decadência do império, a partir do século III, o retrato tornou-se mais simplificado, mais formal e hierático sofrendo a influência da arte egípcia. Com a progressiva afirmação do Cristianismo o retrato realista foi sendo cada vez mais simbólico e espiritual.

-O Relevo-

Em Roma, o relevo desenvolveu-se com temáticas históricas e mitológicas. Representava narrativas históricas, comemorava e propagandeava a vida e os acontecimentos contemporâneos.

Subordinado à arquitetura, decorava às vezes com exagero estelas funerárias, sarcófagos, frisos, altares, arcos de triunfo, colunas…Através da gradação de planos e de diferentes tipos de relevos (alto, baixo, médio e esmagado), os artistas obtinham efeitos de perspetiva e de construção espacial.

Os melhores exemplos são os relevos da Ara Pacis e os da Coluna de Trajano. Nos relevos da Ara Pacis as figuras esculpidas denotam a gravidade do cortejo oficial, apesar dos pequenos detalhes e das poses naturalistas / realistas.

De salientar que, quer o relevo quer a estatuária eram pintados como já se fazia na Grécia.

https://pt.slideshare.net/abaj/escultura-romana-30222434?qid=4c591f43-b8f3-4b7b-95ea-da4eb8a216ba&v=&b=&from_search=72                                   

https://pt.slideshare.net/carlosvieira/cultura-do-senado-escultura-romana?qid=0a67ad74-541c-4091-98df-5e7d923e33ff&v=&b=&from_search=54

-Arquitetura comemorativa / escultura em relevo-

Os arcos de triunfo  construídos nas portas das cidades ou dos fóruns, com 1 ou 3 fórnices- e as colunas triunfais que serviam o espírito propagandístico dos romanos, evocavam vitórias políticas e militares como é o caso do Arco de Triunfo de Constantino em Roma.

 

-A COLUNA DE TRAJANO- relevos

É uma coluna honorífica comemorativa e funerária, um monumento arquitetónico e escultórico situado no fórum do imperador Trajano, em Roma.

Relata em relevos dispostos em espiral, (ao longo de cerca de 200 metros na coluna), as campanhas vitoriosas do imperador contra os Dácios, glorificando assim a sua ação política e qualidades de chefia. Esta coluna tinha um sentido propagandístico, documental didático - comemorava a estabilidade e a grandeza do Império. Nela são descritos vários episódios - batalhas, assaltos, pilhagens e acampamentos militares- de uma forma muito realista e pormenorizada.

A Coluna de Trajano destaca-se pela composição das representações, pela sugestão de ação e de movimento e pelo caráter minucioso das cenas que integram mais de 2500 figuras. A figura do imperador, única representação idealizada é repetida várias vezes. O talhe do baixo relevo é pouco profundo para não prejudicar a leitura visual, resultando em efeitos de luz-sombra numa composição sequencial completamente preenchida por representações, sugerindo por isso uma espécie de horror ao vazio.

https://pt.slideshare.net/abaj/coluna-de-trajano1?qid=4c591f43-b8f3-4b7b-95ea-da4eb8a216ba&v=&b=&from_search=71

_A PINTURA ROMANA_

As origens da pintura romana remontam aos Gregos  e Etruscos , sendo que estes ultimos a usavam nas paredes dos túmulos e das casas.

 De um modo geral, a pintura revela características próprias da arte romana:  sentido prático, documental e realismo, e diversidade de funções : simbólicas, alegóricas e decorativas;

As mais importantes produções provêm de Pompeia e Herculano que revelam a utilização dos frescos de acordo com quatro estilos entre os século II a.C e I da era cristã. Nestes 4 estilos sobressaem o realismo da representação e a complexidade da composição que ampliam ilusoriamente os espaços arquitetónicos através da técnica de tromp l’oeil.

No século I a.C. as representações murais surgem produzidas nas técnicas de: mosaico, encáustica e fresco. Durante o império romano este tipo de arte foi um elemento de valorização arquitetónica dos interiores da casa romana. Torna-se assim um testemunho da cultura e da sociedade romanas, mostrando o luxo, o requinte, a beleza e o conforto de que os romanos desfrutavam na sua vida pública e privada;

Estas pinturas:

- traduzem a simulação de cenografias arquitetónicas, criando a sensação de profundidade;

-utilizam técnica de perspetiva para sugerir um espaço tridimensional;

-apresentam a preferência pelo realismo e atenção ao pormenor;

-assentam no gosto pela diversidade de temas, como paisagens ou jardins, cenas domésticas e da vida quotidiana, retratos,  temas históricos, mitológicos e triunfais, natureza-morta

 

Os estilos das Pinturas de Pompeia        

No ano de 79  deu-se a erupção do vulcão Vesúvio que soterrou até ao séc. XVIII, as cidades que o circundavam . A partir das descobertas arqueológicas os estudiosos classificaram 4 estilos.

--o 1º estilo- estrutural ou de incrustação- século II a.C. / I a.C.

As paredes estão organizadas em 3 zonas horizontais com painéis pintados de uma só cor, imitando lajes de mármores; sobre eles eram pintados elementos arquitetónicos

--2º estilo- arquitetural - do século I até à morte de Augusto.

-Mantém as 3 faixas horizontais, com falsos elementos arquitetónicos (colunas, arcadas, frontões) pintados em falsas perspetivas; esses elementos enquadram painéis com paisagens e cenas mitológicas.

- A perspetiva é sugerida pelo emprego de cores contrastantes e colocação das figuras em diferentes planos.

--3º estilo- ornamental- ou de paredes reais- 10 d.C. - Os elementos arquitetónicos em falsa perspetiva, enquadram a composição de  painéis de fundos lisos com pequenas cenas que parecem quadros.

--4º estilo- cenográfico- ou ilusório- ou flaviano- de 60 /19 d.C.

Apresenta elementos arquitetónicos fingidos, pintados em perspetiva, que enquadram descrições figurativas rodeadas de grinaldas, putti, animais fantásticos, máscaras…

 

-O MOSAICO-

Esta técnica surgiu no oriente oriente  nas culturas dos Egípcios, Egeus e Gregos, sendo que os Romanos atingiram nela a excelência.

É uma técnica que usa materiais diferentes (vidro, mármore e outras pedras) em forma de pequenos cubos- as tesselas – sendo que os romanos cobriram com ela: pavimentos, paredes de interior e exterior e tetos. Os desenhos usados são de grande finura e colorido com efeitos de relevo e modelação, imitando a pintura com grande virtuosismo. Os temas e as composições também apresentam as mesmas características que a pintura.

A partir do século III e II a.C., os mosaicos formavam uma espécie de tapetes com motivos geométricos e figurativos, que cobriam total ou parcialmente o chão das casas.

O uso do mosaico espalhou-se por todo o Império sendo esta técnica continuada na arte paleocristãs, bizantina e românica.

https://pt.slideshare.net/abaj/pintura-romana-11083844?qid=4c591f43-b8f3-4b7b-95ea-da4eb8a216ba&v=&b=&from_search=55

https://pt.slideshare.net/carlosvieira/cultura-do-senado-pintura-romana?qid=0a67ad74-541c-4091-98df-5e7d923e33ff&v=&b=&from_search=58

https://pt.slideshare.net/vmsantos/02-1-aculturadosenado?qid=494e7be4-9551-4b77-a7b6-2adf5685fca1&v=&b=&from_search=2

MÓDULO 2 - QUESTÕES E SOLUÇÕES

CULTURA DO SENADO

1.Explicite quatro dos aspetos do legado da civilização romana, recorrendo à observação da Figura 2 e à leitura do Texto A.

-criação de cidades que seguem o modelo administrativo e urbano de Roma;

-adoção da tipologia da casa privada romana (domus) ;

-implementação do direito romano na vida quotidiana dos povos conquistados;

-apropriação progressiva dos costumes romanos – lazer, higiene, alimentação;

- introdução progressiva do latim como elemento de união e de coesão do Império;

 

 

2.Caracterize a Civilização Romana desde o sue aparecimento até à divisão do Império no séc. IV dC, sob os seguintes aspetos:

-expansão geográfica e demográfica; sociedade, economia, política, administração e urbanismo.

-conquista de territórios a partir do séc. III aC (Guerras Púnicas) até séc. II dC.

-Roma tornou-se o centro do mundo civilizado à volta do Mediterrâneo – “mare nostrum” – da Península Ibérica ao Médio Oriente; do Norte de África à Gália e Germânia; abrangia  vastos territórios com povos e culturas muito diferenciados.

 

-organização social em pirâmide: patrícios, homens livres e escravos.

-o “cursos honorum” (carreira de honras) assegurava a coesão administrativa/social do império (os cargos eram atribuídos consoante as capacidades pessoais e financeiras dos cidadãos).

-a Roma afluíam de todo o Império riquezas que sustentavam economicamente as classes privilegiadas, e a construção de grandes obras públicas: infraestruturas (água e saneamento, redes viárias), e edifícios públicos (basílicas, anfiteatros, fóruns, termas…).

 

-a instituição do latim como língua oficial, e de leis que eram aplicadas a todo o mundo romano (eram de grande eficácia devido ao seu caráter pragmático).

 

-Instituição da Pax Romana através da aplicação da Lei e da ordem assegurada pelo exército romano.

 

-a economia baseada no comércio (circulação de moeda) de produtos agrícolas, minérios e artesanais.

 

-assimilação de usos e costumes e religiões como fatores de coesão.

-aplicação do modelo urbano romano em todas as cidades do império, sedes de administração nas províncias: estrutura urbana em malha reticulada atravessada por duas vias principais (cardo e decumano). No cruzamento destas vias situava-se o fórum (praça principal) com edifícios públicos; na periferia (existiam termas, anfiteatros…)

 

3.Refira quatro das características do urbanismo romano, a partir da observação da Figura .

-Timgad como exemplo de uma cidade do Império Romano que segue o modelo organizativo dos acampamentos militares;

-traçado em retícula (rede ortogonal) das ruas e dos quarteirões;

-articulação da cidade a partir do traçado das vias principais – o cardo (com a direção norte-sul) e o decumano (com a direção nascente-poente) –, que se cruzam em ângulo reto;

-o fórum, centro nevrálgico da vida urbana, situado perto do cruzamento dos dois eixos de circulação;

-localização de termas e anfiteatros na periferia da cidade.

4. Qual a origem do latim?

 Indo-europeia, do ramo itálico.

 

5.Qual a importância do latim para o Império Romano?

Língua oficial, imposta em todo o Império

Romano e, por isso, o elemento agregador de muitos povos.

 

6.Evidencie a existência de uma cultura do ócio na Roma imperial, referindo e caracterizando sucintamente:

-divertimentos públicos e privados;

-tipologias arquitetónicas ao serviço do ócio.

. A Pax Romana e a prosperidade económica alteraram os hábitos do povo romano, permitindo o usufruto do ócio. As classes privilegiadas participavam em banquetes privados, acompanhados de música, dança e recitação. Um ritual social muito apreciado era a ida às termas e, como divertimentos públicos, também o eram os jogos, as corridas de cavalos, as grandes procissões (na origem das representações teatrais) e os combates. Os anfiteatros foram as construções mais populares da arquitectura romana ao serviço do ócio, embora os teatros, as termas e os estádios/hipódromos constituíssem, igualmente, exemplos de tipologias arquitetónicas ligadas aos tempos livres.

Divertimentos (exemplos):jogos;

corridas de cavalos que, em Roma, se faziam, preferencialmente, no grande circo ( Circo Máximo);

grandes procissões (na génese das representações teatrais);

banhos, nas termas, local de encontro e convívio social;

combates públicos nos anfiteatros;

banquetes privados, acompanhados de música, dança e recitação.

Tipologias arquitetónicas (exemplos):

anfiteatros de vários andares, com planta circular ou elíptica, sem cobertura, com galerias sob as bancadas e a arena;

estádios/hipódromos, em torno de pistas fechadas, onde tinham lugar as apreciadas corridas de quadrigas;

teatros, baseados no modelo grego;

termas, contendo piscinas de água fria e quente, saunas, ginásio (e mesmo outros espaços funcionais: biblioteca, salas de reuniões, estádios, hipódromos, teatros e lojas).

 

7.A riqueza e o esplendor atingidos durante o império propiciaram uma vida social cada vez mais intensa, para a qual foram construídas tipologias arquitetónicas destinadas a um intenso consumo público.

Comente esta afirmação tendo em conta:

-as tipologias mais frequentes na arquitetura romana.

-as necessidades sociais a que respondiam.

A ausência de conflitos, o desenvolvimento económico das províncias e a Paz social permitiram que Roma se tornasse numa sociedade de consumo e ócio.

Para servir a plebe foram construídos grandiosos edifícios públicos:

-Coliseu (Anfiteatro Flávio) para diversão coletiva (50 000 pessoas) servia para combates (gladiadores, feras); Circo Maximo (corrida de cavalos); teatro (Marcelo) (encenações dramáticas); termas  (Caracala) funções sociais e higiénicas).

-a elite copiou os hábitos e gostos requintados dos gregos e desenvolvia atividades lúdicas sociais de gosto refinado: banquetes acompanhados de espetáculos de música, dança e declamação de poesia.

-preferia o refúgio nas “villas”- luxuosas residências nos arredores das cidades, recheadas de conforto e prazeres culturais (termas, bibliotecas, jardins, lagos…).

-os próprios imperadores rodeavam-se de pequenas cortes nas suas residências de verão; destaca-se a Villa Adriana do imperador Adriano, concebida com um ideal de beleza tal, que separava em absoluto, as áreas de convívio e lazer, das atividades prosaicas dos escravos, que providenciavam todas as necessidades diárias da sua corte.

 

8.Caracterize a cultura do ócio quanto a: divertimentos públicos e privados; tipologias arquitetónicas ao serviço do ócio.

-A Pax Romana e a prosperidade económica alteraram os hábitos do povo romano permitindo o usufruto do ócio.

-as classes privilegiadas participavam em banquetes privados acompanhados de música, dança e recitação.

-um ritual muito apreciado era a ida às termas.

-como divertimentos públicos eram: os jogos, as corridas de cavalos, as grandes procissões (origem  das representações teatrais) e os combates.

-os anfiteatros foram as construções mais populares da arquitetura romana ao serviço do ócio.

-os teatros, as termas, os estádios/hipódromos são também tipologias arquitetónicas ligadas aos tempos livres.

Divertimentos (exemplos): jogos, corridas de cavalos (em Roma no Circo Máximo); grandes procissões, banhos nas termas (local de convívio social), combates públicos nos anfiteatros, banquetes privados (acompanhados de música, dança, recitação).

Tipologias arquitetónicas (exemplos):

-anfiteatros de vários andares, com planta circular ou elítica, sem cobertura, com galerias sob as bancadas e a arena.

-estádios/hipódromos em torno de pistas fechadas, onde tinham lugar as apreciadas corridas de quadrigas.

-teatros baseados no modelo grego.

-termas contendo piscinas de água fria e quente, saunas, ginásio, outros espaços como: biblioteca, salas de reuniões, estádios, hipódromos, teatros, lojas.

 

9.Justifique porque foi o período de César Augusto designado de “período de ouro da Civilização Romana”.

-estabeleceu a ordem e expandiu o território impondo simultaneamente a Paz Romana.

-conseguiu autoridade absoluta sobre as decisões a todos os níveis.

-Patrocinou obras públicas e redes viárias por todo o território.

-fomentou a valorização da cultura através do mecenato.

-assegurou a estabilidade social implementando a igualdade perante a lei.

-instituiu o “Cursus Honorum”  como forma de reforçar a estabilidade política.

10.Apresente as características gerais da arquitetura Romana.

-perícia em adaptar a planta à utilização do edifício.

-interpreta livremente a ordem arquitetura grega fazendo confundindo frequentemente a ornamentação com profusão.

-a grandeza da arquitetura romana deve-se à economia de meios empregues, e à eficácia funcional.

-aplicação dos arcos de volta inteira e colunas (arcadas).

-adoção da abóbada na cobertura de espaços vastos (que comportam multidões)

-uso de novos materiais e técnicas construtivas- cimento com auxílio de cofragens- ; para além do uso da pedra em pontes e aquedutos.

-iniciaram uma nova forma de construir através da sdandardização (normalização) – repetição de formas semelhantes para economizar meios.

-as colunas assumem muitas vezes funções decorativas..-Coliseu

-utilização da abóbada de aresta e de berço –Basílica de Constantino

 

11.Observe a planta representada na figura -Balneários de Caracala- e leia a sua legenda.

Explique quatro das funções das termas romanas, recorrendo à observação da figura  e à leitura da sua legenda.

-funções sociais – centros de encontro e de convívio frequentados por ambos os sexos;

-funções higiénicas – importância dos banhos públicos: frigidário – piscinas de água fria; tepidário – piscinas de água tépida; caldário – piscinas de água quente;

-funções desportivas/exercícios físicos – estádios, ginásios;

-funções lúdicas – lojas, livrarias, teatros, salas de jogos, salas de reunião;

-funções terapêuticas – águas com propriedades medicinais, óleos, massagens, saunas.

 

12. Explicite quatro das características da arquitetura civil romana, recorrendo à observação da Figura .

 – O Coliseu de Roma, c. 70-80 d. C

-carácter pragmático da arquitetura, que serve as necessidades da vida urbana;

-ênfase nas grandes obras públicas destinadas ao lazer (termas, anfiteatros, teatros) e às atividades políticas ( basílicas);

-inovação estrutural com a utilização do arco e de coberturas em abóbadas e cúpulas; • utilização de elementos das ordens arquitetónicas como elementos decorativos;

-criação e emprego de materiais que serviam de argamassa nas construções.

 

 

13.A Figura  apresenta um monumento romano.

Refira quatro dos aspetos dos arcos de triunfo romanos, recorrendo à observação da Figura .

-construção de monumentos comemorativos erigidos para celebrar as grandes vitórias militares dos generais e dos imperadores;

-utilização da arquitetura como testemunho histórico e como forma de propaganda da grandeza e do poder do imperador e de Roma;

-uso de estruturas arquitetónicas compostas por um ou três arcos ou vãos (fórnices=arco de porta);

-decoração com frisos em baixos e altos-relevos e estátuas honoríficas ou alegóricas;

-utilização de colunas da ordem coríntia;

-utilização da parte superior (o ático, que se sobrepunha à cornija), como suporte para inscrições evocativas e laudatórias (elogio) ou para grupos escultóricos, de carácter apoteótico;-

-localização estratégica nas entradas ou saídas dos fóruns, às portas das cidades, a meio das vias importantes ou no próprio local onde se pretendia celebrar um acontecimento histórico; • utilização da pedra ou do mármore como materiais de construção.

 

14.Refira quatro das características do Panteão de Roma, recorrendo à observação das Figuras 1 e 2.

-cúpula de grandes dimensões;

-cella única;

-planta circular da cella;

-pórtico colunado;

-frontão triangular na fachada;

-óculo no topo da cúpula;

-traçado geométrico com propriedades simbólicas;

-altura da cella igual ao seu diâmetro.

 

15.Os Romanos inspiraram-se no modelo dos templos gregos, mas modificaram-no. Compare os templos gregos e romanos do mesmo tipo quanto aos itens indicados

Maison Carré”- templo romano

- Planta: tal como os templos gregos, os templos

romanos apresentam planta retangular sobre um pódio, mas com uma escadaria alta que conduz a um pórtico e à cella.

-Elementos de sustentação: colunas geralmente da ordem compósita que sustentam só o pórtico porque as que estão embebidas no corpo do templo têm função decorativa;

-Decoração: nos capitéis das colunas e no frontão; são em relevo e com temas religiosos.

16.Caracterize os teatros romanos quanto às técnicas e materiais construtivos empregues e quanto à decoração da fachada exterior.

- Materiais construtivos: a pedra, o tijolo e o concreto, revestidos exteriormente a mármores decorativos.

-Sistemas construtivos que usam arcos e abóbadas como elementos de sustentação e cobertura, permitindo que o edifício se sustente a si mesmo.

-A planta e as formas seguem as dos teatros gregos, com alterações na orquestra semicircular e no facto da cávea se unir à cena.

-A decoração exterior segue o modelo da dos anfiteatros com ordens sobrepostas e filas horizontais de aberturas em arco.

 

17.Apresente a conceção estética/simbólica em que se baseia a construção do Panteão.

-é o templo exemplo de grandiosidade na arquitetura romana (séc.II dC-imperador Adriano).

-pretende honrar os deuses do céu e da terra.

-traçado com características geométricas-simbólicas- o universo e o movimento celeste: cubo e globo simbolizam a inteligência divina.

                                                                                                  

18.Apresente as características do Panteão.

-é o edifício mais inovador da arquitetura romana, exercendo grande influência na arquitetura europeia a partir do Renascimento (séc. XV).

-foi construído no tempo em que o Império Romano atingira já a sua máxima extensão territorial no tempo do Imperador Trajano.

-Adriano, continuando o propósito do seu antecessor, de engrandecer o império através de construções magníficas, quis com este edifício incluir no culto imperial, os deuses de todos os povos submetidos de modo a assegurar a sua integração.

-o edifício é de grandes dimensões (é a maior construção fechada de toda a arquitetura clássica), sendo constituído por um espaço cilíndrico coroado por uma cúpula semiesférica de 43 m de diâmetro.

-a fachada apresenta um pórtico (remete para o templo grego) rematado por um frontão.

-o traçado geométrico associa-se à simbologia do universo. Segundo os antigos, o cilindro, o cone, a esfera, o cubo, exprimem a inteligência divina.

 

19.Observe a figura –templo Maison Carré - .Com base neste templo justifique a afirmação: “A arte romana é “reflexo” da arte grega.

-procura na arquitetura grega elementos que aplica compondo livremente as obras: planta (cella como único espaço interior).

-as ordens são aplicadas com fins decorativos (colunas embebidas).

-criação de novas ordens a partir das gregas: toscana- a partir da dórica; compósita – a partir da coríntia.

-conjuga as ordens gregas (colunas e arquitraves) com o arco de volta perfeita nas fachadas dos edifícios)

- sobrepõe várias ordens nas fachadas.

 

20.Explique a evolução do retrato na escultura romana, tendo em conta:

-origem de tradição realista e a passagem para a idealização;

-retrato como reflexo da divinização do retratado;

-imagem da primeira figura do Estado como símbolo da centralização do poder e elemento agregador do território.

A divulgação de uma imagem do imperador como figura divina, representado com grande idealismo, justificou-se pela necessidade de legitimar a concentração dos poderes que lhe foram atribuídos.

Realismo/idealização (exemplos):

-até ao período de Augusto, as representações escultóricas apresentam um marcado realismo, por influência das retratísticas etrusca e helenística;

-neste período (Augusto), às tradições realistas helenística e etrusca segue-se uma idealização de inspiração clássica;

-influência da escultura clássica grega, com destaque para a gravidade da personagem, que deve ser admirada e respeitada (patente na figura Augusto de Prima Porta).

-Divinização (exemplos):

-a centralização dos poderes religioso, militar e político justifica-se pela elevação do imperador à categoria de divino;

-a divinização e a concentração de poderes conduzem à alteração da representação escultórica;

as representações escultóricas evoluem para uma idealização da imagem do imperador, pela necessidade de perpetuar a figura Homem / Deus.

-Poder e império (exemplos):

-o Senado e o povo romanos cumularam de poderes Augusto, designando-o de imperador;

-Augusto tornou-se na primeira figura do Estado, o imperador, «augustus» e «pontifex maximus»;

-necessidade de espalhar por todo o Império estátuas-retrato do imperador;

-necessidade de transmitir, simbolicamente, os poderes que o imperador personifica: chefe e deus do povo romano;

-o retrato de Augusto é, igualmente, símbolo da Pax Romana.

 

21. Figura  – Pormenor do relevo da Coluna de Trajano, 112-114  d.C., mármore, Fórum Trajano, Roma,

 Analise a Coluna de Trajano nos seus aspectos formal e temático.

- A Coluna de Trajano ( século II d. C.) é um monumento urbanístico, simultaneamente de arquitectura e de escultura, erigido no fórum do Imperador.

-Aspetos formais e temático:

--coluna honorífica comemorativa e funerária;

--edificação que glorifica a acção política de Trajano e as suas qualidades de chefia;

--relevo de carácter histórico-narrativo, que comemora as campanhas vitoriosas do Imperador e do exército romano na Dácia;

--friso contínuo de baixos-relevos, de sentido propagandístico, documental e didáctico;

cenas representadas de forma realista e pormenorizada

 

22.Refira quatro das características da escultura romana do período republicano, recorrendo à observação da Figura .

Figura – Retrato do togado* romano Barberini segurando bustos, século I a.C., mármore

*Togado – magistrado romano

-escultura associada à religião tradicional romana dos patrícios, que praticavam o culto dos antepassados em altares domésticos;

-preferência pelo retrato individualizado dos mortos ilustres, chefes de família dos patrícios (nobreza romana);

-retrato influenciado pela tradição etrusca de criar máscaras de cera a partir do rosto dos mortos ilustres;

-retrato realista que reproduz de forma exata as características fisionómicas e psicológicas do indivíduo retratado;

-na figura, apresentação das cabeças dos antepassados que assinala, com orgulho, a sua origem social patrícia.

 

23.Apresente as características estéticas e formais e o significado da escultura “Augusto da Prima Porta”.

-foi concebida com intenção política;

-enquadra-se na tradição que se desenvolveu desde a República até ao final do Império: a glorificação dos chefes políticos e militares mais importantes, sobretudo as proezas militares dos imperadores.

-apresenta grande realismo nos pormenores (vestuário); alguma idealização (serenidade e ausência de traços pessoais),

-identifica o imperador com a majestade do Império, e com os atributos divinos; anatomia caracterizada pela expressão musculada (versão do Doríforo).

-revela grande capacidade técnica do escultor no domínio dos materiais.

 

24.Refira 4 características de cada uma das seguintes tipologias na escultura romana: retrato; relevo.

Retrato:

-realismo – influência etrusca

-idealização (tempo de Augusto) simbolizando o caráter divino do imperador.

-acentuação dos traços fisionómicos do rosto deixando ver as marcas do tempo.

-evidencia orgulho na perpetuação da memória dos antepassados.

Relevos:

-realismo - necessidade de retratar fielmente os acontecimentos.

-pormenores exaustivos (acentuam realismo).

-recurso a técnicas da pintura (profundidade espacial alto, médio e baixo relevo); escorço; técnica da narração: figuras principais repetem-se.

-sentido hierático das figuras da família imperial (Ara Pacis).

 

25.Explicite a importância do fresco e do mosaico na arquitetura romana.

-a utilização do opus caementicum na construção de edifícios levou à necessidade de revestimentos nas paredes e pavimentos tornando dignos os espaços públicos e privados das classes mais abastadas.

-os frescos evoluíram da decoração das paredes de túmulos e templos etruscos; apresentam temática sobretudo figurativa (mitologia, paisagem, cenas triunfais, natureza morta, cenas de género, retrato, episódios políticos, cenas históricas, imitação de materiais-mármores) e estruturas –colunas, entablamentos…)

-predominam as cores brilhantes (vermelho, verde esmeralda, turquesa…)

-uso de molduras com motivos geométricos e elementos arquitetónicos.

-o mosaico apicado no pavimento tem origem oriental (grega, egípcia), foi também colocado em paredes e tetos, substituindo os frescos. Utiliza as mesmas temáticas; foi mais tarde adotado na arte cristã.

-as pinturas descobertas em Pompeia permitem distinguir 4 estilos: 1-incrustração, 2º arquitetónico, 3º-ornamental, 4º-cenográfico.

26.Refira quatro características do relevo na escultura romana, recorrendo às Figuras 1 e 2.

Figura  – Pormenor da Coluna de Trajano, Roma, 114,

Coluna de Trajano, Roma

o relevo como decoração de arcos de triunfo, colunas triunfais, sarcófagos, altares e estelas funerárias;

-desenvolvimento de um estilo narrativo realista e objetivo, obtendo efeitos de perspetiva e de construção espacial;

-temática histórica e mitológica;

(no caso da Coluna de Trajano)

-monumento comemorativo e propagandístico do poder político do imperador Trajano;

-friso em espiral ao longo de toda a coluna;

-narrativa histórica da campanha da Dácia com descrição de vários episódios como batalhas, assaltos, pilhagens e acampamentos militares;

-representação realista, mostrando a vida do exército romano nas batalhas, na construção de vias e de pontes, e na sua influência sobre os povos conquistados;

-inclusão de elementos naturalistas;

-idealização da figura do imperador, representado repetidamente nos relevos;

-horror ao vazio, ocupando todos os espaços;

-contraste entre alto e baixo relevo;

sugestão de ação e de movimento.

 

27.Analise a Coluna de Trajano nos seus aspetos formal e temático.

-a Coluna de Trajano (séc. IidC) é um monumento comemorativo (urbanístico), simultaneamente de arquitetura e de escultura, erigido no fórum do imperador.

aspectos formal e temático:

-coluna honorífica comemorativa e funerária.

-edificação que glorifica a ação política de Trajano e as suas qualidades de chefia.

-relevo de caráter histórico-narrativo, que comemora as campanhas vitoriosas do imperador e do exército romano na Dácia.

-friso continuo de baixos-relevos, de sentido propagandístico, documental e didático.

-cenas representadas de forma realista e pormenorizada.

28.Refira quatro características dos frescos romanos, recorrendo à Figura 1 e ao Texto .

Figura – Fresco na Villa de Livia, Roma, 30-20 a. C.

- integração da pintura na arquitetura, revestindo as paredes dos edifícios romanos;

-utilização dos frescos de acordo com quatro estilos;

-inserção da pintura da Figura 1 no segundo estilo (arquitetónico) da pintura de frescos;

-diversidade de funções – simbólicas, alegóricas e decorativas;

-expressão e testemunho da cultura e da sociedade romanas, mostrando o luxo, o requinte, a beleza e o conforto de que os romanos desfrutavam na sua vida pública e privada;

-simulação de cenografias arquitetónicas, criando a sensação de profundidade;

-utilização de técnicas de perspetiva, criando um espaço tridimensional;

-preferência pelo realismo e atenção ao pormenor;

-diversidade de temas, como paisagens ou jardins, cenas domésticas e da vida quotidiana, retratos,  temas históricos, mitológicos e triunfais, natureza-morta.

 

29.Enquadre a imagem da figura  num dos quatro estilos da pintura pompeiana.

Justifique com pelo menos duas razões.

Fresco da Casa dos Vetti, Pompeia, século I.

4.º Estilo ou Estilo cenográfico.

Cenas figurativas à maneira de quadros; cenas rodeadas de outros elementos decorativos, como grinaldas ou arquiteturas fingidas pintadas em trompe-l'oeil.

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